18.3.07

Olhava para o papel branco, para as linhas que se sucediam umas ás outras. Sabia que tinha dentro de si muito para tirar, para expurgar, mas ficavam caladas as palavras. De tanto pensar, tinham-se-lhe acabado os pensamentos. Sentia-se vazia, inerte, apática. Nada lhe apetecia, tudo lhe era indiferente.
Queria o que não lhe era permitido. Sabia do que precisava.
Estar sozinha. Viver a solidão de estar sozinha, já que conhecia de cor a pior das solidões, a solidão acompanhada.
Queria sentir-se um eremita, estar em silêncio, isolada. Talvez isso permitisse a auto avaliação que necessitava de fazer. Numa altura em que era obrigada a ser racional, precisava de avaliar as emoções. Precisava de analisá-las minuciosamente, pesá-las, medi-las, perceber a sua importância. Racionalizar o emocional…ela que sempre fora de emoções à flor da pele não sabia fazê-lo. Seria correcto, saudável, fazê-lo? Ela nada sabia.
Sentia-se como se observasse a sua vida vivida por outra pessoa, como quem vê um filme e espera pela cena seguinte…

Cat

7 comentários:

Pâncreas disse...

Nada como um reencontro num monte, ou numa caverna dessas por aí perdidas......

R.

Afonso disse...

às vezes isso aconteçe....
walk on, be strong

Anónimo disse...

Não sei não Cat.
A razão e o coração são como um qualquer absurdo e contudo complementam-se.
Parece-me uma missão impossivel querer racionalizar as emoções, mas se tal eventualmente se concretizar, o que duvido, é o caos pois as emoções deixam de o ser, passam a razão. E talvez a razão passe então a emoção. Mas onde é que nós já vamos, é o que te digo, um caos.
.
.
.
Gostei muuuito também da imagem do teu post. E agora vou dar uma trinca num chocolate preto com laranja, o que é uma atitude mais do coração do que da razão, a razão que se fo** neste caso.

Anónimo disse...

Normalmente tenho mais propensão para mandar a razão fo*** do que a emoção.
Vezes de mais quem se fo** sou eu.

Zeze disse...

Olá
A vida é assim mesmo, muitas vezes falta as cores mais alegres nela...

Beijoka

Anónimo disse...

E toca a
Soltar tudo que tens preso em tua alma,
em teu corpo.
Deixa a vida fluir...
Não prendas teu pensamento,
muito menos
o que sentes!..
Ao som desta canção, deixa a vida fluir!..
Fluí com ela, dança, bate palmas,
mas não deixes nunca teu amor ir embora!

Ah! Isso não!
Se o deixares, ele não volta mais...
Sairá pela estrada, louco,
procurando outros amores
que não o teu,
pois não o deixaste fluir!

E esse amor não é subordinado!
Só respeita um outro amor,
arraigado as suas entranhas,
a sua vida, a sua respiração,
ao seu medo, a sua liberdade
tão preciosa que ele só a deixa por ti
mas não como queres!..
Simplesmente
deixando a vida fluir!

Cat disse...

Voyeur, também já o fiz, optar pela emoção, mas agora...tudo se há-de resolver.

Sleeping Angel, bem vindo! Obrigada pelas tuas palavras sábias.

Beijos a todos.