22.3.11

Sabores de infância

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Este fim de semana redescobri o tulicreme. Por instantes, fiz uma viagem no tempo em que tinha outra vez oito anos e me deliciava com pão com tulicreme e maçãs amarelas, ora uma dentada no pão ora uma dentada na maçã, assim tudo ao mesmo tempo que era como sabia melhor. Lá em casa não havia a finura do fiambre para fazer sandes e tinha a mania que não gostava de queijo, portanto as alternativas dos lanches do colégio eram o pão com tulicreme, manteiga ou marmelada. E ninguém reclamava. E também não havia nutellas que era muito cara. Claro que aproveitava sempre a distração da mãe para meter o dedo no tulicreme, só um bocadinho, mesmo para fazer o gosto ao dedo.

A par com o tulicreme, vieram-me á memória outros produtos que estão diretamente ligados á minha infância. Curiosamente, ainda existem todos.

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O caprisonne, de laranja, claro.  Lembro-me bem que o caprisonne fazia parte daqueles dias de Verão mesmo muito quentes em que, á falta de se poder ir mais longe, se dava um passeio a pé até á linha do caminho de ferro e, olhando o horizonte, se conseguia ver o ondular do calor fazendo parecer que o chão se evaporava. Ás vezes, quando a minha mãe não fazia assim tanta questão de apenas alimentar os filhos com os produtos mais saudáveis, lá me mandava um caprisonne em vez de um compal tutti-frutti no almoço para a excursão. Caprisonne e batatas fritas de pacote, mas daquelas tipo caseiras que as outras fazem mal. Era uma festa!

O caprisonne pode não ser o sumo mais saudável ou saboroso do mundo, mas mim sabe-me pela vida, pelas memórias da criancice, pelas brincadeiras, sabe-me a calor e a Verão. E sempre achei piada á embalagem mole e mal jeitosa.

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Por último, a farinha 33. O que eu gosto desta papa!!! Tenho sempre em casa e mal o pacote vai a meio passa logo para a lista das compras. Livra de faltar farinha 33! A embalagem é a mesma desde que me lembro e na prateleira da mercearia é muito fácil de identificar. Sim, esta papa tem piada não só porque tem este aspecto assim para o vintage (que tanto está na moda) como não se encontra em todo o lado, só em alguns sítios específicos como as mercearias de bairro.

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Já me esquecia!!! Então e o epá, pá?

Pois, o epá também tem aquele saborzinho de Verão. O epá era fixe por ter pastilha. Era tipo um dois em um. Quando tinha direito ao epá, era como se tivesse direito a duas guloseimas em vez de uma só. E fixe mesmo era quando calhava a pastilha azul que pintava a língua. As pastilhas é que continuam tão mazinhas como a pastilha gigante e super dura que mais parecia que deslocávamos os maxilares a trincá-la.  Ainda hoje é um dos meus gelados preferidos. A diferença é que em vez de ficar a mastigar a pastilha horas a fio porque era fixe, deito-a fora assim que perde o sabor. O que acontece uns cinco segundos depois de a pôr na boca.

 

Cat

7 comentários:

S* disse...

Nutella não. Nem tulicreme. O meu favoritó é o chocolate em creme do Minipreço.

Cat disse...

S*/ esse não conheço, sou incapaz de trair o tulicreme. :)

Nicole disse...

Boas recordações. Também as tenho! :)

Cat disse...

Nicole/ :)

spritof disse...

Lembro-me bem do tulicreme... nem fazia ideia de que ainda existia.

Caprisone... lembro-me, mas não faz parte da minha infância. Assim como a farinha 33... que gostei, mas sempre achei a Maizena mais versátil, que ainda uso!

Epa... :) e a pastilha, pá?
:D
...se bem que eu era mais cornetos de chocolate com baunilha... agora (desde há bastantes anos, na verdade) substituida pela nata :(

Mas há tantos mais produtos?
E lembras-te daquela tablete de chocolate que supostamente se deveria comer com pão?

Cat disse...

Spritof/ lembro-me mas nunca fui consumidora, confesso que sou esquisita com o chocolate. :)

giló disse...

Tulicreme e Farinha 33 pois é bem bom . ainda hoje cá em casa todos os dias de manhã nao falha . Só a encontro nas lojas Ulmar em leiria .
que verdadeira reliquia .