Eu já cumpri o meu dever. E o que devia ter demorado uns cinco, vá, dez minutos, acabou por demorar uns 40. Tudo por causa do cartão do cidadão. Apesar de terem sido necessários 8 vergonhosos meses para receber o meu cartão, e uns 5 telefonemas para a linha do cidadão em que me respondiam sempre “vamos averiguar o que se passa com o seu cartão e voltaremos a entrar em contacto consigo”, coisa que apenas aconteceu da última vez quando eu já estava a ficar com mau feitio, não tenho nada contra. Há muito tempo que eu era de opinião que todos os documentos deveriam estar compilados num único. Talvez assim, as carteiras as senhoras começassem a ser mais pequenas. Menos documentos, menos espaço necessário. Talvez assim as pessoas consigam ser mais organizadas e deixem de usar a desculpa do “ai não trouxe o BI”. No entanto, a razão de eu me ter demorado foi a mesma que afectou centenas de pessoas que mudaram de freguesia de residência. Recebi uma carta em casa a informar-me que o meu recenseamento na nova freguesia de residência foi feito automaticamente quando solicitei o cartão do cidadão. Óptimo!, pensei, menos uma coisa para tratar. Mas a simpática carta não mencionava que talvez fosse boa ideia levá-la comigo quando fosse votar porque precisava do novo número de eleitor que não consta no cartão do cidadão. E claro que é quando chego á escola para votar que fico a pensar que não sei onde dirigir-me. Dah! Eu e mais umas dezenas de pessoas. Lá tive que ir para a junta de freguesia pedir um papel com o número de eleitor. E lá tive que esperar uma meia hora. Claro que eu faço questão de votar e espero. Mas há quem não esteja para se dar ao trabalho e quando vê que tem umas 15 ou 20 pessoas á frente, dá meia volta e vai-se embora. Está mal, mas sendo o voto um dever é também uma vontade, e depois lá disparam os números da abstenção. Muito porque o povo não quis ficar á espera. Muito porque apesar de se querer modernizar o país, ainda se publica na comunicação social que não é preciso de cartão de eleitor porque basta o cartão do cidadão. E chega-se ao local e vê-se que não é assim. Mais simples seria se com o cartão do cidadão os senhores das mesas de voto dispensassem aqueles cadernos ridículos de papel, e obviamente nada ecológicos, e o passassem num aparelho que fizesse a leitura dos dados e desse baixa do nosso nome automaticamente. Tal como o recenseamento. Seria rápido e eficaz. Poupava recursos pois já não seria necessário ter os funcionários da junta a trabalhar ao Domingo. Poupava tempo. Poupava na abstenção. E assim talvez fossemos um país um bocadinho mais moderno, onde não é preciso andar com papéis na mão para ir votar.
Cat
3 comentários:
:)
nem mais... avançados numas coisas, atrasados noutras... andamos desalinhados...
Eu fui votar às 18:55h não levei cartão de eleitor e ainda tenho o bilhete de identidade antigo. Demorei uns 2 ou 3 minutinhos. :D
Mas uns olhares de lado e uns: "Só agora?"
Bah... esta comunidade é o máximo!!!
Spritof, e para quando será o famoso alinhamento com outros países da UE? :)
Nic, é o que dá morar numa aldeia em que toda a gente conhece toda a gente. É só facilidades. :)
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