13.7.09

Estar sozinho

Estar sozinho é muito bom na grande maior parte da minha existência. Faço o que quero, á hora que quero, entro e saio de casa sem ninguém a perguntar “onde estiveste, onde vais, com quem vais”. Não tenho que fazer refeições a menos que me apeteça, muito menos para alguém a dizer “não gosto disto, já comi ao almoço, está mais ou menos”, o que me irrita profundamente pois se alguém se dá ao trabalho de fazer comidinha para nós, só temos que agradecer, se não gostamos só temos que fazê-la nós. Não tenho que falar se não me apetece nem tenho de contar o dia de porcaria no trabalho, vejo os filmes que quero e gosto em silêncio, obrigada.

Estar sozinho não quer dizer que se esteja só. Já vivi a experiencia de ter alguém durante uma década e no entanto sentir-me a pessoa mais só do mundo. Uma solidão dolorosa e terrível. Por não ser voluntária. Agora estou sozinha por opção, e posso dizer que é largamente menos solitário. Porque sei que só posso contar comigo. Porque sei que não há ninguém me decepcionar. Todas as decisões passam apenas por mim. Porque posso ser egocêntrica sem sentir que posso estar directamente a atingir alguém. No entanto, e porque só posso contar apenas comigo, também me tenho de habituar a fazer algumas coisas sozinha que preferia fazer com alguém. Como ir de férias. E ouvir o senhor da agência de viagens dizer que o preços estão uma pechincha sim senhora mas que viajar sozinho fica 25 a 30% mais caro (logo já não é pechincha nenhuma), e como é que é possível alguém como a menina não ter ninguém (???), mas andam os homens todos cegos ou serão burros. Agradeço e venho-me embora que o melhor é pegar na minha tenda e ir para onde me cair o dedo no mapa. Que há coisas que tenho que me habituar a fazer sozinha. Mesmo que não me apeteça. Como tantas outras coisas na vida, só deve custar a primeira vez.

Cat

8 comentários:

J. Maldonado disse...

Como eu te compreendo! :)
No princípio custa a nos habituarmos, mas com o passar dos anos já se torna banal.
Só vive só quem quer, pois a verdadeira solidão é estar no meio dos outros sem que nos identifiquemos com eles.
Viajar sozinho é muito bom, pois permite-nos ver o que queremos sem restrições. Ou seja, os teus gostos não ficam condicionados pelos dos outros (Ir a museus?! Que chato! Vamos mas é a praia).
O inconveniente de se viajar sozinho é o preço porque de resto... :)

TM disse...

Já diz o que ditado que antes só que mal acompanhado...
E se soubermos conviver com quem somos podemos ser um excelente companhia para nós próprios... ;)

S* disse...

Hum acho que compreendo. A liberdade pode ser deliciosa. Já passei por uma fase mais... libertina... mas durou pouco. 2 mesitos e fartei-me. :P

Cat disse...

Maldonado, para mim que sou uma estreante acho que faz falta a partilha imediata, e mais tarde o "lembras-te quando fomos/fizemos...?" - Tenho de me habituar.


TM, essa parte já aprendi, falta saber aplicá-la ás férias. :)


S*, conseguiste fartar-te mais depressa do que eu. :)

J. Maldonado disse...

Catwoman, não se pode ter tudo na vida...
Para termos a nossa privacidade às vezes há que se fazer certos sacrifícios, que a longo prazo vão valer a pena. Assim estarás em vantagem em relação aos gregários que não são autónomos e que esperam sempre companhia para conseguir levar a sua vida para a frente...

Cat disse...

Maldonado, considero-me bastante autónoma mas ainda estou a aprender a sêlo nalguns campos. O meu pai sempre me ensinou que uma mulher nunca se atrapalha.

Anónimo disse...

Para mim a parte mais difícil de se estar sozinha são mesmo as férias. Ainda não tive a coragem de viajar sozinha mas acho que já estive mais longe de o fazer. Quanto ao resto é muito bom se estamos bem connosco.

;)

spritof disse...

...e férias com amigos, não?
:)