Maio

 

Gosto de Maio. Na verdade, é o mês de que mais gosto. Do ponto de vista narcisista gosto de Maio por ser o mês do meu aniversário, e assim que chega o dia 1 começo em contagem de crescente para o meu dia. O dia em que, desde há uns anos para cá, decido não trabalhar. É o dia em que celebro a vida. Não me importo ficar mais velha, nem penso que depois de entrar nos trinta é sempre a somar e que os quarenta chegam depressa. Tudo nesta vida é rápido demais. Estamos sempre apressados para ir trabalhar, para sair do trabalho, para ir às compras, para comer, até para dormir. Dormimos a correr, amamos a correr, vivemos a correr. E quando damos por isso, os anos passaram por nós a correr, convencidos que fizemos muitas coisas, que cumprimos a nossa missão, só que foi tudo tão rápido que nem nos demos o tempo de saborear vitórias nem de sentir o verdadeiro pulsar da vida.

Em Maio, celebro a vida. Celebro a minha paixão de viver, celebro o amor da família e dos amigos. Em Maio reafirmo-me como a mulher forte que sei que sou, faço a minha pausa, respiro fundo e dou as boas vindas a mais um ano que espero que continue a proporcionar-me a paixão pelas pequenas coisas. Afinal é Maio que cheira a primavera e a promessas de calor, é o mês das papoilas que se espraiam ao longo do rio onde me passeio e é em Maio que o mar cheira a mar.

Cat