Tenho andado ausente. Sim, eu sei. Ausente. Cansada. Extenuada. Exaurida (gosto desta palavra. E á conta dela já houve tem tivesse perdido uma aposta - leia-se: jantar - por teimar comigo em como não existia). Tão cansada que apesar de estar de férias e de quase não mexer uma palha, consigo dormir 12 horas por dia, todos os dias. Pontualmente, consigo chegar às 14 horas se fizer umas sestas. Que desperdício de tempo! Sim, eu sei. Também já pensei nisso. Mas não consigo resistir. Vai ser duro voltar ao trabalho e aturar gente doida.
Às vezes ponho-me a pensar no porquê de me ausentar, de me fechar, de nada me apetecer. Não há razão plausível. Simplesmente, porque sim. Porque me sinto a desistir de algo, e preciso de tempo e de espaço. Mas porque não sou pessoa de desistir de coisa alguma, porque sou teimosa como uma mula, custa-me e dói-me saber que algo em mim está a mudar. E por isso me ausento. Por necessitar de uma introspecção involuntária. E assim me questiono. Sobre o porquê. Porque não escrevo, porque não falo, porque não respondo.
Questiono a minha escrita, estes desabafos em forma de letras, palavras e frases. De que servem? Se são o meu orgulho, a minha criação, mas que por vezes parecem tão inúteis, tão vazios, tão fúteis, tão sem objectivo, sem mensagem. Se ficam para um futuro ignorado?
Questiono-me sobre mim própria. Porque tenho tudo o que é mais precioso e ainda assim parece sempre faltar algo. Mas sei que o que falta, faz cada vez menos falta. Parece que falta o objectivo. E então? Já tive e tenho quase tudo o que qualquer pessoa deseja alcançar. Que mais posso querer?
Sei o que sinto. Que os pontos de interrogação que têm pairado sobre mim deixam de ser conflituosos. Não que tenha alcançado as respostas. Apenas deixam de existir as perguntas. Alcança-se a tranquilidade e paz. Mas primeiro há que atravessar a tempestade.
Cat
6 comentários:
"Acreditar em algo e não o viver é desonesto."
(Mahatma Ghandi)
Seja esse algo o que for, acrescento eu...
Niagara, eu sou uma pessoa de fé, não religiosa, mas de fé daquela que vem de dentro, da que nos dá as certezas em que mais ninguém acredita, por isso sei...sou o mais honesta que me é possivel.
[Desculpa a troca de género. É curioso...um amigo também me diz que é lésbico por gostar tanto de mulheres. ;)]
sério?!?!?
Há cada coincidencia... :)
E... Isto é escrever sim. Muito melhor do que. E até ver, as pessoas que conseguiram deixar uma marca indelével no mundo foram as que mais dúvidas tiveram em alguma fase da vida.
Numa fase relativamente complicada da minha vida dei por mim a sentir que quanto menos nos falta, mais esse menos ganha uma dimensão exagerada em relação ao resto... afinal se é tão pouco aquilo que não temos, como poderá ser justo não o termos.... será essa a sensação que falas?....
Tm, ás vezes é justo não termos o pouco que nos falta precisamente para darmos valor ao que já temos. :)
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