Ela sentia uma vontade…uma necessidade de regressar ás origens…sentia como que uma força que a impelia, empurrava, puxava de regresso ao que era seu…ao que sempre fora e que a dada altura ela quase que rejeitara. A mesma força que a levara a afastar-se, puxava-a agora de regresso…à casa que a criara, ás rugas de quem ela amará para sempre, aos cheiros entranhados em memórias, aos peluches da sua meninice… Esta força puxava-a de regresso aos sentimentos que estavam adormecidos há anos…fazia-a sentir-se de novo uma menina. Ela, mulher já feita, sentia-se como a menina que, mais do querer, precisa do colo do pai…do mimo da mãe… Eles, que tanto sentem a sua falta, mas que aceitam ficar com as migalhas de tempo que ela pensa que lhes pode dedicar, regozijam-se com a sua presença, ainda que pouco assídua, e apressam-se a satisfazer os seus caprichos. Ela apenas queria a sua companhia, poder olhar-lhes os olhos, ver neles o amor de que sente falta, poder dividir o mesmo ar. Ela tinha vontade de voltar a dormir na sua antiga cama, naquele beliche estreito encostado à parede, onde se refugiara tantas outras vezes de corpo enroscado em si próprio, sabendo que quando dissesse “vou dormir” ouviria da boca do seu pai a frase que ele sempre dissera toda a vida, para onde quer que ela fosse, “vai com deus”…sabendo que quando viessem os sonhos maus, os seus queridos pais, os seus amor para sempre, estariam ali mesmo no quarto ao lado, viriam sossegá-la.
Ela sabia que o regresso ás origens por que o seu espírito ansiava era um regresso a si própria…ela que se sentia perdida, precisava de se reencontrar, refazer-se, recompor-se…juntar todos os pedacinhos do seu espírito fragmentado e voltar a juntá-los. Não queria voltar a ser quem já fora…ela que agora não conseguia ter uma identificação, sabia que precisava de reencontrar-se consigo própria, saber quem é, saber o que fazer, e traçar o caminho a seguir… Para isso, ela tinha que voltar ás origens.
Cat
Ela sabia que o regresso ás origens por que o seu espírito ansiava era um regresso a si própria…ela que se sentia perdida, precisava de se reencontrar, refazer-se, recompor-se…juntar todos os pedacinhos do seu espírito fragmentado e voltar a juntá-los. Não queria voltar a ser quem já fora…ela que agora não conseguia ter uma identificação, sabia que precisava de reencontrar-se consigo própria, saber quem é, saber o que fazer, e traçar o caminho a seguir… Para isso, ela tinha que voltar ás origens.
Cat
6 comentários:
Entrei no teu blog por acaso fiquei preso pela intensidade que consegues colocar nos teus texto.
Aproveitas muito bem as portas que se abrem e fecham da vida.
Um beijo
José
José, bem vindo ao meu espaço!
Beijo
às vezes tb preciso de fazer um reset ao sistema. é tal e qual um computador. bloqueia e pronto.
bom regesso!
Eu não me importo de levar no cu, agora enfiarem-me a mão até ao punho isso não! O mais que comsegui foi com um preto.
Voltar é uma necessidade. Eu não gosto de nostalgia, ou de pensar no passado, mas penso que voltarei algum dia.
Belo texto o seu.
Laury, obrigada e bem vindo!
Bj
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