Gritava-lhe o peito,
Sentia-se queimar por dentro
Um nó de marinheiro apertava-a
Estrangulava-a
As lágrimas escorriam-lhe sozinhas
Pela face
Não ajudavam
Não diminuíam a dor
Não lhe lavavam a alma
Não eram penitência suficiente
Embora sentisse que cada uma lhe trespassava
A pele
Cravando-se-lhe
No rosto
Nos olhos
Marcados pelo cansaço
Fazia-o em solidão
Que a solidão é dolorosa
Dormia
Mas o sono não a acalmava
Assaltavam-lhe as dúvidas
Os ses
Vinham os sonhos
Sentia-se sozinha
Qual mau herói que não salva o mundo
Ela não sabia
Nem como salvar-se a si própria
Cat
5 comentários:
A tal loucura da salvação que nos persegue.... quem salvaremos? Nós...pois..... e mais alguém incluido?...talvez..........
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e as lágrimas perfurantes são magicas...aliviam um pouco
R.
Pâncreas...quem me dera. A esta hora já estaria "curada"...
Ia dizer que gostei do poema, mas o que quero mesmo dizer é que escreves muito bem mulher.
Pena que para escrever assim seja preciso sentir assim.
Mas afinal depois de uma tempestade vem a bonança e depois vem e vai e vem e a primavera está à porta.
Eu que nem gosto muito do género li tudinho, o Voyeur tem razão. Eu que até só vinha agradecer a visita!
Um grande RAUF para ti!
Voyeur, Rafeiro - bem vindos!
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